domingo, 27 de dezembro de 2009

Ultimo Natal... um Adeus!


Então... é natal!
E que Natal diferente... de repente, eu me preparo para pernoitar num hospital, ao lado do meu pai.. moribundo de um CA avassalador! Mas, qual o quê!!!!!!
Ele simplesmente morreu... às 21hs.
Burocracias e demoras usuais, e, lá pelas duas da madrugada, eu me encontro guiando o corpo do meu pai para o seu tumulo - eterno descanso... E será tudo como ele queria que fosse.

Alguns amigos me acompanham... e eu reflito - eles estão comigo, embora eu naõ tenha estado com eles nos ultimos tempos... Durante o enterro, um amigo do meu pai fala uma coisa interessante - "Ele será a lembrança da amizade..." E esse foi o cara que mais me ajudou há tres anos, quando o meu pai esteve seriamente doente - quase pirado! E o cara estava lá... E eu, aonde estou quando meus amigos estão quase pirando????

O meu pai não poderia se despedir desse mundo sem deixar mais uma lição - o cara era chato, mas era sabio! E, quiçá, se eu aprendi essa lição: um amigo, só um amigo e tudo está bem!
Pelo menos, dessa vez e nessa história, eu dei prioridade para o meu pai... apesar do amor, apesar da dor, apesar de tudo. Estive presente o quanto eu pude e, talvez, um pouco mais do que eu deveria... E isso é o que me tranquiliza: fiz as minhas escolhas e tenho certeza que - dessa vez - eu acertei!

Ainda choro, mas me reonforto com os apoios recebidos - e são simples, quse modestos - telefonemas rápidos e todos com a mesma frase - "estou aqui!" Posso escolher o ombro.. e tudo o que eu quero é estar sozinha e que Deus me ajude a escolher o proximo caminho a trilhar.

A jornada dele acabou, mas a minha continua. Preciso ser forte, mas - e sempre tem um mas... - preciso ter um tempo - para estar só, para estar com Deus, para estar comigo!


Esse adeus doeu - de verdade - e só por que foi verdadeiro! É a-deus mesmo!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Não me diga...

Não me diga do amor que não lhe dei,
Diga-me, antes, do amor que não recebeu.
Não me fale dos sonhos que não realizei
Fale-me dos seus sonhos esquecidos...
Posso lhe falar dos amores que tive,
Posso lhe contar dos sonhos que vivi...
Ou do que fiz sem nunca ter sonhado!

Ou, posso simplesmente calar,
E, calada, ouvir seus devaneios...
E, ouvindo-os, sorrir ou chorar.
Tanto faz, que importa para você,
ou para quem quer que seja,
E que não seja eu? Nada.

Só a mim importam os meus sonhos,
os meus passos, os meus amores...

Que eu possa lhe dizer do amor que deponho aos seus pés...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Faz tempo que eu não escrevo nada...
E nem sei por que - só sei que parei, novamente, de escrever....
E, da mesma forma como parei, posso recomeçar...

Por que, no fundo, a vida é isso mesmo:
- um eterno recomeço...

E me reconheço assim: sempre recomeçando,
ainda que por trilhas diferentes,
por outras jornadas...
para novas aventuras....

Escreverei...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Eu quero lhe agradecer.
Tanto pelos bons momentos, quanto pelos momentos árduos. E tanto faz se esse tipo de avaliação traduz uma moral cristã do que é certo e do que é errado. De qualquer forma, e qualquer que seja o crivo, todos os momentos e foram muitos me são caros...
Não sei qual foi o mais freqüente, e nem me importa saber. Só sei que aprendi muito com todos eles.
Ao mesmo tempo em que aprendi como pode ser agradável assistir TV juntinho, eu aprendi que – às vezes – isso pode ser detestavel: é, aprendi que depende do momento, e que cada situação será boa ou ruim, dependendo exatamente do que vivemos naquele instante.
Aprendi que cultivar um jardim na varanda é muito mais do que plantar algumas flores...
Aprendi que ir ao mercado é muito mais do que abastecer a casa...
Aprendi que tudo é muito mais do que parece, e que pode ser muito menos do que supomos!
Eu lhe agradeço.

Não lhe quero mal, muito pelo contrário – quero-lhe muito bem, e desejo que seus sonhos s realizem e que você sempre tenha com quem contar nos seus momentos de aflição e de agonia.

Eu a amo, verdadeiramente...
Mas só amor não basta!

Aliás, o que bastará?
A quem bastará?
E por que há que bastar?

domingo, 3 de maio de 2009

...

hoje eu penso diferente do que eu pensava ontem....

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O poeta!


"Fiz o que quis e fiz com paixão.
Se a paixão estava errada, paciência.
Não fiquei vendo a vida passar,
sempre acompanhei o desfile."
(Mario Lago)


Leio o poema e reflito sobre a minha existência.

Quantas jornadas, quantas escolhas,
Quantos erros, quantos acertos...

Mas é assim a vida -
uma via de mão dupla.
Não reclamo do passado, muito antes, creio que vivi emoções fortes, vi muitas coisas, aprendi algumas outras...
Oscilei entre os extremos da paixão!
E perdi o juizo..
Aprendi, então, mais uma lição, e, quiçá, a mais importante delas:
Nem todo amor nasce de uma paixão,
porém, as paixões minam as possibilidades do amor!
Duro aprendizado.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Oi Vandinha... Que carinho gostoso!


Em Vida há tempo...!

Não se esqueça que suas mão estão livres, seus olhos podem ver, liberte-se e siga seu trajeto.

Continue fazendo o bem, procure a paz, pegue da lua um brilho e solte seu coração para o espaço. Deixe que ele encontre o seu ideal que fará de você um novo ser.

Continue essa pessoa humana, não submissa, mas uma mulher, uma personalidade, humilde, uma heroína para sí mesma.Não procure o egoísmo, pense em todos e não se menospreze.

Viva na realidade... na sua realidade!!!
somente para ter um sonho... o seu sonho!!!
Graça.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Parto...

Parto.... Retomo a minha jornada, e vou só.
Vou comigo, aonde quer que meus passos me levem. E nem importa aonde quer que eu chegue.

Outros portos,
Outros mares
Outros amores!

Os portos em que estive até aqui, não me bastaram...
Quem sabe se algum dia, algum porto me bastará!

Eu temo que nenhum porto me seja seguro o bastante
Para me deter, para segurar os meus passos errantes.

Eu poderia descrever a sensação de sentir-se só
Mas isso não refletiria a verdade desse momento.
Não estou e nem sou só,
Embora eu seja só uma, com minhas crenças e minhas verdades.

Poderia falar das desiluções,
do tempo perdido,
dos amores esquecidos!

Eu poderia falar do amor que tive ou do amor que depus aos pés da amada....
Poderia falar das queixas – ouvidas e vividas.
Poderia discorrer sobre os acertos e os erros...
Mas não quero e não o farei.

Poderia falar do tempo perdido,
dos esforços empreendidos
de toda a dedicação...
Que recebi e nem agradeci!
Ah, eu poderia sim. Mas não o farei.

Posso falar da aventura de estar viva e de perceber o mundo aos meus pés.
Posso falar das maravilhas que eu procurarei doravante
E, quiçá, as encontrarei...

Posso falar de muitas coisas, até mesmo da dor que sinto agora,
Mas isso não seria nada e nem aplacaria a minha dor.

Não! Falarei a esmo, assim, como faço agora
Faço da minha vida uma aventura errante e
Nunca mais, eu me permitirei entregar meu amor a quem quer que seja.
Ele já está entregue!

Porém, é meu desejo viver assim – cada dia num porto,
Cada dia um único dia, cada dia um novo amor!
Cada história só mais uma história...

Que cada momento seja único
E que meu amor não encontre nunca mais a mulher amada.
Que não mais exista a mulher desejada
E, se houver, que dela eu me distancie...

Que eu me perca em mim,
Sem jamais me dar conta
Das ilusões que vivi!

E, quem quiser, que siga os meus passos,
Porém, não esperem me encontrar...
Nem eu sei qual caminho seguir!
Se é que seguirei algum...

Parto,
Sigo os meus passos aonde quer que eles me levem.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Fazer pão

Acaso existirá coisa mais aconchegante do que, num sábado a tarde, abrir uma massa de pão, deixá-la bem fininha, recheá-la com bastante presunto, queijo, tomate, orégano... Esperar para assar e, então, comê-la bem quentinha, com um café fresco?

E se, além disso, existir o abraço, o beijo apaixonado, a conversa descontraída... Dificilmente haverá algo melhor do que isso.

Aliás, o abraço é meu sinal favorito de afeição. Ele pode significar tanto, e tantas coisas ao mesmo tempo. Pode significar um sinal de amor, de amizade, de conforto ou tudo junto!

Agora, imagine essa cena em um período atribulado, com prazos se esgotando, com problemas batendo a porta... com a vida adulta acontecendo.

Lembrei desse sábado com carinho, e, em função do que tem acontecido nos últimos dias, pergunto-me por que valorizamos mais os momentos duros. Por que será que os momentos árduos e sofridos se sobrepõem aos agradáveis?

Será que sou eu? Que isso só acontece comigo? Ou será fruto da nossa formação cristã? Será por que os problemas são tão dificéis... Não sei.

O que eu sei é que eu vivi tantas coisas maravilhosas, boas mesmo, e que não as partilhei como eu fiz com as coisas difíceis e penosas...

Ontem, quando eu comentei sobre esse sábado, o interlocutor me olhou perplexo e comentou – “mas você me falou sobre esse sábado... Não estou entendendo!”

Penso que agora eu sei o que eu não estou entendendo, o que está me transtornado tanto – eu me propus a uma “tarefa” que era muito mais difícil do que eu supunha. Eu acreditei que seria forte o bastante para levar a termo a tal “tarefa”.

Foi um aprendizado difícil, bom, enriquecedor. Sobretudo por que eu começo a avaliar o que eu desejo –
quero liberdade, mas a quero com aconchego, com referenciais...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Tia Mira.


Acordei em primeiro de abril de 2.009 com o telefone tocando:

- Alô.
- Tia Mira descansou...
- , vai-t a merda! Isso não é brincadeira que se faça.
- Não é mesmo.

Emudeci. Depois de alguns segundos de silêncio, retomamos a conversa usual dessas ocasiões.
Desliguei o telefone, recostei-me na cama e assisti a um filme da minha vida: algumas conversas, muitas gargalhadas, o apoio e o carinho irrestritos, as repreensões. O amor verdadeiro.

Todos morrerão um dia, isso é certo. Dizem que para morrer, basta estar vivo. Minha tia tinha uma opinião diferente – para morrer é preciso ter vivido. A questão é como morreremos. Segundo a minha tia, como você morrerá depende de como você viveu. Eu constato a força e veracidade dessa afirmação: ela morreu exatamente como viveu – tranqüila, sem alarde, sem incomodar ninguém, sem dar trabalho algum. Morreu e só. Parece que foi mais uma das suas decisões... “87 é um bom número, já pensou no 88? Duas vezes o infinito!!!”

Tantas conversas havidas em meio a jogos de cartas e bolinhos de arroz. Café com rosca de coco, frango com polenta... Natal, páscoa, aniversários... Eu sempre a visitava, mas as vezes, em função dos atropelos da vida, eu apenas telefonava: – “Olá, estou com saudades. Tudo bem? A resposta era invariável – tudo ótimo! Quando você aparece?”

Nas minhas dúvidas, eu a procurava. Eu costumava apoiar-me no muro da casa, observar em silêncio o movimento da cidade, acender mais um cigarro e entrar naquele mundo mágico, onde tudo é possível, onde a maldade nunca teve asilo, onde a ganância não encontrou porto, onde os desejos não se confrontam com erros e acertos – são só experiências a viver!
E era sempre assim. Eu chegava de qualquer jeito – alegre, triste, confusa, decidida e ela sempre me acolhia, me animava, me apoiava ou me repreendia. Sempre fazia da minha lágrima um sorriso, da minha dúvida, uma certeza.

Em 2.007, quando eu decidi que mudaria o rumo da minha vida, claro que fui ter com ela. Contei-lhe das minhas angústias e insatisfações, da minha sensação de inutilidade – eu havia me desesperançado e já não sonhava, nem ousava mais... Ela me ouviu com atenção, sorriu e disse – Vá em frente! O que mais pode lhe acontecer? Se é assim, você já morreu mesmo, que diferença fará tentar?!”
Quando eu decidi ir a Europa, e todos e tudo estavam contra a minha decisão, fui ter com ela. Nesse dia, eu a chamei de , pela primeira e única vez em toda a minha vida. Nas conversas seguintes, quando eu contava dos preparativos e das dificuldades, ela sorria – ah, mas não tem graça uma vida sem obstáculos. Poucos dias antes do embarque, fui despedir-me... Ela me deu um dinheiro e disse – “coma o doce mais doce e pense em mim!”. O tal doce foi uma compota de maça em Barcelona. Não tão doce, porém com um sabor bem conhecido – o sabor da geleia de maça da Tia Mira.

Meses depois, voltei a Europa, não sem antes visitá-la. “Se for a Paris, vá a Rua Lille e depois me conte se a casa do livreiro é mesmo como a descreveu Balzac. Você sabe que essa rua fica do outro lado do Sena, na direção do Louvre.” E lá fui eu, escolhi procurar a rua a visitar o famoso museu. Eu sei que foi a melhor escolha, pois na volta, o entusiasmo e a alegria dela ao ouvir a minha descrição da tal casa, da tal rua... A recitação das frases de Balzac sem compromisso algum com a fidelidade ao que ele realmente escreveu, aliás, seria mesmo Grandet o nome do livreiro? O museu sempre estará lá, posso visitá-lo a qualquer tempo... Porém conversa dessas nunca mais ocorrerá...

E isso é o importante. Eu acredito que isso sim dá sentido à vida, às relações. Essa troca tão única, tão suave. Escolher fazer o "gosto" de quem se ama ao que o mundo padronizou como correto...Isso sim é viver: - sonhar, ousar, evoluir!

De fato, foram nesses encontros todos que eu fui me formando. Foi ela quem me ensinou que uma pessoa é só uma pessoa, que fará as coisas que ela acredita serem as mais corretas e que talvez, e só talvez, o tempo mostre que não tão certas assim. Ela me ensinou a perseguir os sonhos e a respeitar as pessoas – cada um tem sua sina. Se não puder ajude, não atrapalhe. Não interfira, mas faça sempre o que o seu coração ordenar, mesmo que a razão lhe diga que é errado; não se importe com a opinião alheia, siga seu coração e você será sempre feliz.
"A razão é fruto do que aprendemos, o amor não - é só que sentimos no âmago da alma!"

Não importa o que quer que construamos na vida, o que realmente importa são os ensinamentos e os exemplos que deixamos. Todo o resto, não é nada. E é por conta de tudo isso que eu não gosto de conjugar o verbo "voltar".

É certo que choverá no enterro. Segundo ela, essa chuva é a expressão da alegria de Deus em ter de volta, ao seu lado, quem ele tanto ama. E eu Lhe agradeço por ter me permitido desfrutar da companhia e da sabedoria dessa pessoa tão maravilhosa.

terça-feira, 31 de março de 2009



Estou em casa, procurando alguma coisa, quando me deparo com a Bíblia aberta na estante. Olho-a, penso por um minuto e resolvo ler em que página ela estará aberta, qual a mensagem estará ali exposta, para ser lida e refletida.

Qual não é mina surpresa, quando leio:
...
Para, por meio Dele,
Reconciliar consigo todas as coisas,
Tanto as terrestres quanto as celestes,
Estabelecendo a paz
Pelo seu sangue derramado na cruz
...
Colossenes, 1-20

Paro o que estou fazendo, fico em silêncio profundo, não um daqueles silêncios já descritos em algum outro texto, mas um silêncio eloqüente, do tipo que jamais ousei escrever a respeito. É um silêncio diferente de todos os demais, embora eu saiba que cada silêncio tem um quê de exclusivo, esse tem muito mais, pois ele fala a alma.

É curioso como, de repente, assim, do nada, a nossa vida encontrou a paz. É admirável nos percebermos no cotidiano, lado a lado, sem emitir uma só palavra e nos sentirmos acompanhadas, ou muito mais do que isso, sentir a felicidade fluindo nas veias, sem uma expectativa do porvir... É tão simples, tão bom, tão natural. É tudo o que eu sempre quis!

Já cantou o poeta

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a felicidade que existe!


Parece que ficou um vácuo, me diz você. Eu discordo. Não existe um vácuo, o que existe é só o que é: a paz, essa gostosa sensação que se traduz num afago silencioso que traduz o mais puro dos sentimentos.

Eu amo esse amor tranqüilo, sereno, vivo. E lhe agradeço por esses momentos.
Que sejam eternos enquanto durem . Enfim é a vida seguindo seu rumo.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Barcelona - 18 dias...




Alguém poderia perguntar-me "por que escrevo tantas vezes sobre o mesmo assunto..." e esperar que a resposta fosse - por que há muto o que dizer sobre o Velho Continente. Mas não, não é por isso.

Cada vez que posto uma mensagem sobre algum lugar é só por que me lembro com saudade, de momentos maravilhosos vividos ao lado da amada. São recordações que estarão para sempre na minha memória.

Como estará para sempre gravado na minha história o que me motivou a viajar a Barcelona, como eu fui, o que eu passei para chegar lá e o que eu deixei quando parti... E por que eu quis voltar, mesmo sabendo que muita coisa já havia mudado, afinal, muita coisa já havia acontecido. Só não mudou o amor que eu sinto e que se instalou em mim.

Lembro, com carinho e ternura, de certa tarde de 6a. feira, ainda em São Bernardo mesmo, que passamos num parque público. Em dado momento, sentamos a beira da cachoeira artifical e ficamos assistindo uma trupe de pássaros azuis se banhando... Ele alçavam vôo bem alto e, de repente, se arremessavam em razante na água. Um verdadeiro espetáculo. Ficamos em silêncio, e, depois de algum tempo, uma de nós disse - que pena não estarmos com a maquina fotográfica para registrar esse espetáculo! A resposta não tardou - Minha querida, ainda bem que não estamos, pois algumas coisas devem ficar somente nas nossas memórias. As conversas daquela tarde, o carinho manifesto no silêncio, no observar juntinhas a brincadeira das aves... E, por mais que eu queira escrever sobre essa tarde, não conseguirei ser fidedigna ao que ela representou em nossas vidas.

Então, isto posto, ao lerem os breves comentários que se seguem sobre alguns lugares que conheci em Barcelona, tenham em mente que esses lugares, para muito além da sua história, cultura e arquitetura, são, para mim, lugares mágicos. momentos em que, muito mais do que conhecer um pouco do mundo, eu senti a mais tenue manifestação de amor que há: estar junto, no silêncio, sentindo o vento no rosto; declarar-se apaixonada, sem emitir um som sequer.

Felicidade


Você sabe o que é felicidade?


É sorrir abertamente, mesmo estando exausta.

É ser capaz de mais conversa, mesmo já tendo falado por horas... lembrar mais uma história, partilhar a existência.

É viajar milhares de quilometros, para visitar um parque público e deliciar-se com a natureza, com a companhia da pessoa desejada.

É poder ser o que se é, discutir, elaborar, tentar, acertar, errar e seguir adiante. Nem sempre com um largo sorriso, algumas vezes, com um ruga de tristeza... Mas prosseguir na jornada, acreditando que o sonho é possível, que o amor existe e que ele "não sucumbe ao medo da incompletude e da imperfeição, supera-o, não porque busca a completude e a perfeição divinas, mas a compreensão humana"

Montjiuc


Outro lugar muito bonito, maravilhoso mesmo é o Parque Montijuic, aonde existe um castelo medieval, com museu das guerras e agluns achados arqueológicos. O parque é enorme, e vale o passeio. Dele, avista-se Barcelona inteira, inclusive o Porto e a Sagrada Família.

Há, nesse parque, um castelo medieval. Numa das tardes que passeamos por lá, fomos brindadadas com um festival aeronautico, com aviões fazendo acrobacrias e desenhando no ar com a fumaça - tal qual a nossa Esquadrilha da Fumaça.

Deitei no seu colo, e apreciei o espetáculo. Que situação agradavél, deliciosa, mágica até.

Foi nesse dia que sentei-me na beirada do muro do Castelo e observei o Porto de Barcelona. Um abraço demorado, o vento forte embalando meus pensamentos... um beijo, um algo mais. Como não se apaixonar? Como não acreditar que felicidade existe, e que está a nosso alcance. Basta nos permitirmos.

Sagrada Família


Essa é um delirio de um artista, um templo de espiação que jamais será concluído. A construção segue por anos a fio.... Ele é muito alto, a entrada é fenomenal....
Tudo nele é muito grande, tudo tem muitos detalhes... No subsolo, uma espécie de museu de Gaudi... Dizem que ele era membro da Opus Dei, o que não parece tão difícil assim de acreditar...


Do alto de suas torres, Barcelona parece um cidade de brinquedo...

Parc Guell



Parc Guell, um ícone da cidade, aonde mora o lagarto... É lindo, porém eu gostei mais dos passeios pelos bosques do Parque.
Numa tarde, meio fria, literalmente flutuamos. Nos amamos, e ficamos além do chão...

Voltei nesse parque outras vezes, por outras entradas e o vi por outros ângulos...
E a cada novo passeio, coisas novas a observar... Uma casa com telhado que parece de doces... Um pátio coberto com um teto enorme tôo decorado... Esculturas em pedra num caramanchão funicular...
Numa dessas vezes, colhi um figo da Índia, que, embora não estivesse muito saboroso, lembrou-me os sabores da infância... Muito antes arte de colher o figo do que de degustá-lo mesmo!

Casa das Bruxas



uma espécie de castelo com o telhado das torres em formato que lembra mesmo o chapéu de uma bruxa... Hoje, é um hotel, mas a sua aparência sombria nos permite devanear... A sua localização, numa avenida larga e de bom movimento, aliado a vegetação local... Se existem bruxas, com certeza, essa teria sido uma bela casa para elas...
Olhar essa casa, conversar sobre as Bruxas que existem no mundo, ou as que já existiram....
Comer um bocadilho com um gole de vinho.
Como é agradavél passear com quem se ama, conversar, andar de braços dados e logo, andar abraçada!

Barceloneta


Numa outra noite, conheci Barceloneta.

Pode-se dizer que aquele lugar era uma "

favela", que foi urbanizada para as Olimpiadas de 1.992, e hoje é um importante marco turistico de Barcelona.

Foi em Barceloneta que experimentei Absinto pela primeira vez, e, ao voltarmos para casa, comparei palmeiras com drinks de abcaxi com vodka... Ficamos na praia, olhando o movimento do mar, até que o caminhão do lixo quis nos recolher.... Isso que é controle e segurança pública!

Também, foi em Barceloneta que fomos a um parque de diversões e, na banca de tiro ao alvo, eu ganhei o canivete que me acompanha desde então e que tem um valor especial - traz estampado a sua felicidade em estar comigo!

Numa outra noite, havia festa em Barceloneta e qual não foi a minha surpresa ao ver um grupo de Samba, quase "brasileiro"! A expressão dos moradores do lugar confrontando-se com a dos turistias...

Esse só não é o lugar que eu mais gostei em Barcelona, por que há o Ravel e o porto, sempre o porto - local de transito entre quem chega e quem vai....

segunda-feira, 9 de março de 2009

Raval

Ravel... foi assim que eu tentava encontrar o caminho de volta para a Universidade de Barcelona, quando abordei uma senhora, dessas bem vividas e experimentadas, e ela, com gesto, diferenciou Ravel de Raval.... Claro que fazendo-se entender a complementariedade entre ambos

Trata-se de um bairro surgido para além dos muros da antiga Barcino, aonde se concentravam toda espécie de marginais... Não creio que tenha mudado muita coisa, nesse sentido, nos últimos séculos, mesmo a Universidade e o Governo local se esforçando para tanto...

Por esse bairro caminhei muitas vezes sozinha, mas não me sentia só. Sabia-me diferente, mas sentia-me igual a todos os demais... O comércio coreano, as lojas de toda espécie, os bordéis, as crianças correndo, os moribundos no pátio da igreja, os estudantes se manifestando ao seu modo... O espirito catalão, com todo o seu orgulho e coragem. Tudo isso convive no Raval.

Nao tenho um foto que bem represente esse bairro, mesmo por que eu acredito que algumas lembranças a gente deve guardar na mente, de uma maneira muitoespecial e única, e, eventualmente, comentar, lembrar - rir ou chorar, não importa.

Mas - e sempre tem um mas! - tenho uma toda especial, quando percebi, pela primeira vez, que muito embora você faça questão de passar uma imagem despreendida, isso não é a mais pura expressão da verdade. Por mais que você tenha dito que estava preocupada com a minha segurança, eu senti e sei que não era só isso! E eu agradeço aos céus por percebido isso em você, por ter sentido o seu amor tão forte.



Beijo-a com ternura, como fiz naquele dia, logo após tirar essa fotografia..

Compromisso


Voce sabe o que é viver?


O que é ter uma história? Sim uma história que é feita de muitos erros e alguns acertos. Uma história que começa no dia em que nascemos e segue... e nesse percurso, a gente faz muita coisa boa e muita coisa ruim. O que parecia certo há um tempo atrás, agora já não é. O que era gostoso, de repente ficou amargo. Entretanto, há alguma coisa que nos motiva a prosseguir a jornada.

Mesmo já tendo encerrado o compromisso formalmente assumido, eu me sinto compromissada e, agora muito mais do que antes. Eu mantenho o compromisso por que eu o desejo e por nenhuma outra imposição ou motivo.



Louvre

Um dos museus mais importantes do mundo. O grande destaque é a Piramide em seu pátio central, eternizada no livro de Dan Brown.



Mas, ao visitá-lo e observar o portão de acesso, pela Rue de Rivoli... Na linha central do Champs-Elysées...

Foi fundado em 1.190 por Felipe II par proteger Paris das invasões. De fato, observar essa construção a partir do Rio Senna nos causa a sensação de algum impenetravél...

No alto das construções, no pátio interno, pdemos observar as estatutas dos principais pensadores franceses - é um passeio que nos preenche de cultura.

terça-feira, 3 de março de 2009

Um pássaro


Estou parada, sentada, olhando o tempo passar... Sinto-me como um passarinho, que, embora tenha a porta da gaiola aberta, não é capaz de alçar vôo.
Um pássaro, tão livre quanto tão preso. E o que o prende? O que me prende?

Sobre o pássaro, podemos pensar que ele receie cansar-se antes de conseguir novo alimento, que ele acredite que só existe esse lugar mesmo, que ele já conhece tão bem. Que está feliz e que o que recebe lhe basta... Que, talvez e somente talvez, ele não seja curioso – não deseje saber o que existe um pouco além... Aliás, será que pássaros têm desejos? Ou será isso uma exclusividade dos humanos?

Eu acho que o Beija Flor é curioso, mesmo por que ele suga o néctar daqueles potes que se penduram em arvores e janelas... No mínimo, o pequenino é audacioso.
E eu, podendo sair por ai, fico aqui. Contento-me com as migalhas...
O que eu desejo? Por que não me movo? Por que me contento? E, se me contento, por que não me sinto feliz? Por que sinto que só recebo migalhas de atenção, de afeto, de carinho?
O curioso é que eu percebo o seu esforço, e sei que não são migalhas o que você me oferta. Mas por que eu não reconheço? O que me falta? O que reclamo?

É tão simples, e, ao mesmo tempo tão difícil – reclamo reconhecimento. O seu reconhecimento...

Sim, eu posso e sei voar, e se não o faço, é só por que eu amo você.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Valsa Vienense

Lembranças de sonhos ouvidos, executados numa belíssima canção
O Danúbio Azul uma canção que nos faz viajar... ao Castelo de Sissi

A mulher que dominou a Áustria, que era a mais bela entre as belas... A Imperatriz foi assassinada com uma estiletada no coração, proferida por um anarquista italiano... Ele não queria matar a Imperatriz e sim o Príncipe de Orleans... Só que esse não foi aonde deveria ter ido naquela tarde de 10 de setembro de 1898... E Luigi Lucheni acabou por assassiná-la. Ele queria chamar a atenção e entendia que, para tanto, era necessário assassinar uma figura importante... Conseguiu.

O Castelo é enorme, com suas salas temáticas e sua vigilância constante. Não se pode fotografar, mas é o tipo de cena que permanecerá em nossas mentes por muito tempo. Visitar o Castelo nos faz entender um pouco da história oficial. Faz-nos compreender por que uma mulher tão poderosa, tão admirada e amada, sofria de depressão... Ela era mãe, e se ressentia da sina de seus filhos... Talvez, da sua própria escolha.

Caminhar por Viena, comer um “reiskuchen” na rua, o frio do inverno austríaco sobre nós... Ou então, para fugir do frio, entrar num restaurante local, pedir um prato, com todas as dificuldades do idioma desconhecido, mas sentir-se acolhidas, bem recebidas... E é o empenho da garçonete em nos entender que nós dá essa sensação, mas é também o que se passa a nossa volta: numa mesa um grupo de amigos jogam cartas animadamente...noutra, um casal parece acertar seus passos... Noutras, mais pessoas com as sua realidades. Tudo parece tão familiar.

Andar as margens do Danúbio... Ir a uma praça qualquer e encontrar as famílias patinando no gelo... Conhecer a casa de Freud... Uma surpresa! Uma certeza desfeita: o consultório do doutor era quase um museu arqueológico! Quantos objetos naquele consultório...

Conhecer um pouco de Viena foi muito agradável. Compreender alguns fatos da história, da geografia, da cultura foi ainda mais saboroso. Ah, só assim para entender a música vienense! Ouví-la e nela viajar... E, viajando, desconstruir uma verdade: “se o desafio é muito grande, o sujeito desiste”.

Que me perdoe o pedagogo que afirmou isso: eu acredito que quanto maior for desafio, se houver empenho e vontade do sujeito, tanto maior será a satisfação em superá-lo.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Anos luz!...


Dormir sem boa noite...
Acordar sem bom dia!

Vontade de ouvir sua voz,
Medo de ouvir suas palavras...

Tantas ilusões,
Tantos esforços
Tantas decepções...

E meu orgulho próprio nem mais ferido está!
Está mesmo é aniquilado

Gosto de você, Porém já não sei se quero estar com você.
Aos poucos, estou perdendo a vontade de lhe procurar
Embora eu gostaria que você me procurasse...

No fundo, eu gostaria de sentir seu amor,
Se é real ou se é mais uma ilusão...
Eu não sei,
O que eu sei é que o meu coração está despeçado!

Eu tenho medo, muito medo
Estou triste e me percebo deprimindo...
Embora a tristeza não seja a melhor conselheira
O conselho que ela me dá é pra ser feliz!

E eu temo que a minha felicidade esteja a anos luz de você.

Telefone...


Um conversa ao telefone... Algo que seria muito tranqüilo,
Eu digo que tenho saudades, que quero lhe ver...
Peço para ouvir o mesmo... Mas que nada!
O que eu ouço é uma série de queixas...
Quando você toma o todo por uma parte,
E categoricamente afirma: toda vez que nos encontramos você reclama!
Eu me irrito, e digo – mais tarde decidimos se nos veremos.

Eu me pergunto:
Por que eu quero lhe ver? Se é tão penoso, tão sofrido...
Pra você, para mim...
Eu não sou a única responsável por isso.
Tomemos cada qual a sua parte e lidemos com ela...
Quer saber, deixe-mos pra lá.
Fiquemos um tempo sem nos encontrar,
Sem nos falar...
E que o tempo faça a sua obra.
Talvez, a gente se reencontre, talvez....

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Via Romana... Barcelona





Um dos primeiros lugares que eu conheci em Barcelona, foi a Via Romana, um pedaço dos caminhos que davam acesso ao então povoado murado.... Numa escavação, para construção de novos prédios, encontraram as tumbas....
Fica próxima a Academia de Catalão, e é bem interessante observar o movimento no entorno...
Atualmente, essa parte integra a cidade de Barcelona, porém não é tratada como um monumento turístico importante...Do outro lado, ainda de fora das muralhas, formou-se o bairro conhecido com Raval, que até hoje reúne a "escória" da cidade: prostistutas, traficantes, transexuais, comerciantes coreanos.... Em outro extremo, Barceloneta... uma espécie de favela, formada a partir do então porto de Barcelona, inclusive com a mais bela igreja de São Miguel Arcanjo, e que foi urbanizada para as Olimpiadas...

Deti-me alí por alguns momentos, umas horas, talvez.... Enquanto eu observava o movimento, todas aquelas pessoas, falando todos os idiomas que a gente já ouviu falar, e que passavam por alí, sem se dar conta que naquele lugar, exatamente sob os nossos pés, repousam pessoas que viveram sabe-se lá quando... Talvez, no primeiro ano D.C..
.
Fiz questão de entrar na tal Academia de Catalão - prédio solene, sóbrio... com um bocado de gente joagando xadrez e tomando xerez...
A indiferença, o desrespeito... Os olhares perdidos... A velocidade com que se passa por alí, em direção a Academia....Eu comecei a pensar na tal da existência humana!
Fato é que, naquele época, uma pessoa que vivesse 30 anos já seria cosiderada idosa, povavelmente, sábia.... Porém, dois mil anos depois, não eram nada, senão achados arqueológicos...
A vida se mostrava ali com toda a sua finitude. Quem seriam aqueles que foram enterrados no caminho, fora das muralhas... De certo, não seriam nobres, pois se pudessem pagar, seus corpos estariam na nave de alguma igreja...
Porém, será que seriam sábios? Dificilmente, pois se assim fossem, seus corpos estariam em algum lugar mais solene...
Será que nas suas existências não teriam sido importantes? Será que defenderam seus ideais ou lutaram cotidianamente pela sobrevivência de seus amados?
Que diferença faz isso agora.... Nenhuma.
O que eu conclui, e talvez não seja a mais acertada das conclusões, é que devemos viver o hoje, sem nos importamos muito com o amanhã, ou com o reconhecimento que alguém possa ter sobre a nossa labuta.
Importa defendermos nossas ideias, viver as nossas vidas, sem nos importamos muito com a opinião alheia.
Por que, no fundo, não faz a menor diferença o que pensam ou falam de nós, importa mesmo é o que fazemos com isso.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Livre

As vezes, eu penso...

Eu penso em parar...para depois andar...

Penso no mar, que a noite é calmo, para de dia se rebelar...

Penso nas aves, que param para depois voar...

Penso nas palavras, que pensamos para depois falar...

Penso no amor... que para amar é necessário ser.

Penso no que sou: Livre
Porém triste...

E no entanto...continuarei livre
Pelo menos por enquanto....
Ou enquanto dure esse meu pranto.
Eu acredito que liberdade é isso,
escolher entre as muitas possibilidades
e assumir a escolha!
Com seus ônus e bônus.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Futuro... destino...


Os dias passam calmamente, as horas se seguem com lentidão.
As percepções vão se fortalecendo.
Eu brigo comigo mesma! Eu quero domar os meus sentimentos, mas alguma coisa me impele, e eu sei o que é: é amor!
Eu fico com um samba velho na cabeça, cantarolando-o “ eu não quero mais amar essa mulher, essa machucou meu coração.... desvalorizou o lar que é meu violão, por isso, eu não quero não!...”
Então, o que me resta? O que me restará?
Eu sei que as respostas e as decisões estão comigo e com mais ninguém, eu sei que sou eu quem traça o meu futuro, que é diferente de destino. Eu sei. Porém, eu sei também que o coração, que os sentimentos são autônomos, que eles tem seu fluxo próprio.. .
Eu sei que não sou capaz, assim como ninguém é, de decidir quem eu amarei, de decidir de quem eu sentirei falta ou saudade. Não há imposição social que me obrigue a sentimentos reais e verdadeiros. Eu sei.
E eu sei também que toda decisão implica em ônus e bônus. Eu sei que a saudade pesa e quero tempo ameniza as dores. Eu sei.
Eu sei que escrevo nesse blog a espera dos comentários dos amigos queridos, que me dão força e norte. Eu sei que me exponho e que isso me fortalece, e sei que algumas pessoas hão de dizer que eu não deveria me expor assim, porém, eu entendo que essa exposição pode ser útil a alguém. Alguém pode ler essas linhas mal traçadas e encontrar nelas seu norte, ou muito pelo contrário, podem avaliar e dizer: “eu não quero isso pra mim!” Eu não quero que um amor seja tão forte assim. E sei que muitas outras pessoas, milhares delas, jamais leram essas linhas.
E tenho que confessar, isso faz toda a diferença. Se eu tivesse voltado a escrever quando essas coisas e situações se apresentaram, eu não estaria nessa situação caótica. Mas, naqueles tempos, eu acreditei que o silêncio seria mais útil, que eu sabia o que fazer, como me conduzir.
Já sei que não sei!
Amanhã, quem sabe, eu volte a filosofar sobre questões maiores, ou eu volte a escrever poesia... Não sei. E nem me importa saber.
O que me importa agora, verdadeiramente, é escrever. Que os críticos façam seu trabalho e que o tempo acalme meu coração.

Foto do Rio Camanducaia. Poema de....não sei!


Depois de sua chegada
Comecei a desmantelar nas emendas
Todos os sonhos da minha vida
Estavam se tornando vazios e sem sentidos...

Parecia que a chuva
Estava transformando as minhas esperanças em areia...
E é tão óbvio que eu estou indo em direção ao nada.

O amor é uma emoção estranha
Pois quando quero que você fique
Parece que estou mudando
E eu vou embora...

Sou um ser dentro de uma armadura
De escuridão e de tristezas
Que apenas viu a luz
Que lançou a sombra
Que você perpetuou
Até o retorno do passado
Quando alguém me devolveu o significado da vida.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Missão cumprida!


Bom dia.
A sensação de alívio, sensação de missão cumprida... O corpo pede repouso, a mente pede pausa... Os pensamentos começam a se reorganizar, ficando num estado de quase flanação...
Novas idéias surgem, a percepção é de vida nova, nova etapa, nova fase. A conversa flue, os argumentos se colocam com tranqüilidade... A boca esboça um sorriso, logo vem o riso e a gargalhada se apresenta.
UFA!!!! A tensão sumiu, como num passe de mágica!
Conversamos, planejamos uma nova empreitada... Brincamos com um futuro... Tranquilo, alegre bom... A sensação que invade é mesmo de felicidade.

De repente, um novo colorido. A vontade do toque, do contato físico se apresenta... mas a serenidade do momento suplanta o desejo. Como é bom rir com você, conversar, trocar...
Outras pessoas telefonam, não há crise, a vida serenou.
A noite, o amor intenso... Delicioso, mágico.
As marcas ainda não cicatrizaram, também, tudo é tão recente e foi tão duro, tão sofrido. Porém, o que se vislumbra é a possibilidade de estarmos bem.
Respiro aliviada, e, finalmente, reencontro a tranquilidade suficiente para retomar o rumo da minha vida.


Por um instante acredito que sob essa paixão tão intensa, existe de fato, um amor verdadeiro.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um resumo histórico...Barcelona!


Essa história começou nos finais de 2.006... Pé pra lá, pé pra cá.
Em março de 2.007 percebemos que havia um algo a mais... Em 11 de abril, um beijo inesperado... intenso.

Daí, vivemos 50 dias intensos. Aconteceu um pouco de tudo. E a nossa relação se configurava, mostrava a que vinha, como seria... Mas nenhuma de nós deu muito importância a esse detalhe. Era a fase do novo, do inusitado. Acertos e desacertos.... Veio melodramática, sexo adorável.

Bem, daí, veio a segunda fase... Um oceano entre nós. Não só o Atlântico, mas o oceano das nossas existências. Colhíamos os frutos pessoais das nossas trajetórias. Dedicamo-nos a relação o quanto pudemos, entregamo-nos a força da paixão. Um intervalo no meio disso tudo, 18 dias de convivência – que foram pra lá de maravailhosos, com direito a flutuação e tudo! A dor da separação, a incerteza da volta... Somos tão intensas, tão cheias de vida e vigor, que a discussão foi inevitável. Cada uma reagiu como pôde, protegeu-se como pode. Tentamos fugir desse encontro, mas não conseguimos....

O amor falou mais alto, e , apesar de todas as inseguranças, brigas... ansiamos pelo reencontro. E ele aconteceu, e vivemos mais quarenta dias juntas – acordando todos os dias lado a lado. Não foram dias suaves, muito antes, foram dias entrecortados por angústias, ajustes, conversas, sofrimentos... Mas também, por alegrias intensas, passeios maravilhosos, risos leves... Então, em 04 de fevereiro de 2.007, firmamos o compromisso. Em seguida, a separação imposta pelas obrigações... Nova discussão, talvez a mais intensa de todas até hoje!

Depois disso, cem dias com o oceano entre nós. Revelações surpreendentes, esperança de reencontro... Tensão e stress por todos os lados... Mas o reencontro aconteceu e foi ótimo.

Em maio tem ínicio a terceira fase...Brincamos com a vida, brincamos com a maturidade... Mas somos intensas demais!
O prazer que eu sentia (e, confesso – ainda sinto!) em colaborar com você, com as suas coisas, é extraordinário. Porém, basta uma palavra mal colocada e o que se segue é uma discussão interminável! Em 07 de setembro, finalmente, rompemos o compromisso. Tudo acabado! De novo, tudo acabado!

Mas, qual o quê! O amor, ou a paixão, já nem sei mais ao certo, gritou, esbravejou e seguimos juntas. Rimos muitas vezes, passeamos, discutimos, crescemos!

Chegou janeiro, e com ele o esgotamento dos seus prazos. A tensão ampliada pelo Tempo, esse gigante indomável! Em 19 de janeiro, acabamos mesmo! Eu ouvi uma avaliação sobre mim que eu não esperava. Algumas avaliações doeram demais! Eu não seria capaz de conviver com você sabendo que é assim que você me enxerga... A tristeza pousou sobre mim... Mas, no dia seguinte, as reflexões das 24 horas... Uma proposta para não nos perdermos definitivamente. O meu coração balançou, e eu aceitei. E seguimos mais um pouco... Os prazos se esgotando... a pressão aumentando! Como foram difíceis esses últimos vinte dias.

Dia 08 de fevereiro, outra discussão sobre o mesmo assunto – ciúmes, insegurança... medo que o passado se torne presente! Que o futuro seja tão penoso quanto foi o passado...
Ainda assim, eu insisto – quero concluir o trabalho que comecei – quero ajudá-la a terminar o seu trabalho, por que isso me dá prazer, por que eu não acho justo “morrer na praia”. Eu quero ver o trabalho pronto. E, finalmente, ele está pronto.
Eu acredito que muito das nossas brigas é causado pelo stress dess trabalho, pela exigência que ele lhe faz de dedicação irrestrita, e eu reclamo a sua atenção, seu carinho...
Vamos dormir separadas... mas, por algum motivo, adormecemos juntinhas. Que gostoso e que penoso!
Eu enxergo o seu empenho, percebo o quanto você se dedica, inclusive a essa relação, o quanto se arrepende (como eu me arrependo) dos erros cometidos...

Bem, hoje é 09 de fevereiro de 2.009. E, o que é o pior, parece que o tesão acabou. Aquele desejo único já não é mais o mesmo... Já não é nada. Sim, pode ser reflexo do stress, do esgotamento, mas também pode ser que o amor acabou... Ou melhor, a paixão acabou, por que só paixão é tão intensa assim. O amor não, amor é sereno, tranquilo, confortavel...

Estamos, em fim, na quarta fase dessa relação, não sei se acabou, e nem o que acabou - se foi a paixão ou se foi o amor... Eu quero acreditar que foi a paixão - já não precisamos mais desse sentimento que nos motiva, que extrai o que de mais intenso e ousado há num ser humano!

Contando desde 11 de abril de 2.007, nossa relação dura 22 meses... 22 meses de paixão!
Haja estrutura, folego e maturidade para conseguir viver e conviver uma paixão por tanto tempo...
Ah, o tempo, esse gigante indomavél!

Quetiono-me se entraremos na fase do amor, na fase da amizade, ou na fase do esquecimento de tudo o que vivemos... Porém, eu jamais a esquecerei, e não permitirei que as tristezas marquem o meu coração. Lembrar-me-ei, para sempre, dos momentos em que flutuamos nessa paixão!

Saiba que eu lhe quero muito bem, e estarei sempre a sua disposição.
te beijo ...

Simples!


Puxa! Que difícil!
De tanto de amar, tanto me hei perdido!
Já tive amores de muitos tipos, já vivi paixões avassaladoras, mas nunca havia vivido ou sonhado com algo assim! Como é difícil! Tudo é difícil!
A cada dia uma novidade, uma nova informação...
É muito bom passear com você, estar com você... Porém, é assustador estar distante. E não por que sinto falta ou saudade, mas por que sinto medo da próxima novidade...
Eu gosto de pessoas livres, autônomas, pessoas que sabem o que querem e fazem o que querem, mas eu amo pessoas que exercitam o respeito, a verdade.
O que eu acho que você não consegue entender é que o que me incomoda e me causa insegurança não é o que você viveu em terras estrangeiras, mas sim se, de repente, não serei surpreendida como algum novidade que você viveu nos últimos meses em terras tupiniquins....

Eu acho isso tão simples, e não sou capaz de entender por que é tão dificil pra você apenas não provocar a minha insegurança...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Domingo de sol - em Suarão




Domingo de sol... Sentar a beira mar, sentir o calor do sol aquecer o corpo e a brisa acariciar a pele.
Observar as pessoas, o movimento das ondas... Ouvir o murmurio único do mar. Uma musica ao longe, gargalhadas e aqueles gritinhos característicos da felicidade da infância!
Pensar na vida, nas decisões tomadas e nas a tomar... Fazer um exercicio tolo de previsão futuristica: o que virá? Não sei, ninguém tem como saber!

Lembrar das conversas, tantas, tantos assuntos, com tantas pessoas...Universos tão diferentes Realidades tão distintas... sentir-se um elo. Pois é assim que somos: elos entre pessoas.
Medito por um instante, olho o mar. Essa noite, depois de assistir a um belíssimo por do sol, precedido de um banho de mar em pleno temporal, vaguei pela praia, absorta, sem destino, sem pressa, sem medo. Fui brindada com um marvilhoso nascer do sol. Enfim, deitei-me para repousar um pouco e acordei no seio da mulher amada... Tudo tão simples, tão gostoso, tão suave.

Ela dorme agora e eu me pergunto – por que, afinal, complicamos tanto a nossa vida? Por que não conseguimos simplesmente viver, com tranquilidade, em harmonia? Por que tem sido tão dificil conseguir isso, que é tão simples? Não sei. E, o pior, já não sei se quero saber. Começo a deixar prá lá... E julgo isso mal sinal... Sinal de que eu já não me importo de fato.

Não sei nem por que já não conversamos mais... Temos um único assunto, raras vezes inerrompido por uma provocação. Eu já não tenho mais animo para discutir: é mais fácil concordar com as questões que ela coloca como verdades e fim, Já não me importa se, de fato, são verdades...

Eu sou capaz de explicar cada briga, cada discussão e, o que é pior, tanto do meu ponto de vista, quanto do dela! E eu fico com a sensação que ambas temos razão e, portanto, se ambas estão certas, significa que ambas estão erradas! O que fazer? Como lidar?

Desista! Recomendam os amigos! Esqueça essa história, a fila anda – sugerem alguns. Mas eu não quero desistir!

Vez por outra, uma gaivota ou um martim voador, ou outra ave qualquer, interrompe meus pensamentos com seu canto! Levanto a cabeça e procuro a ave, mas o que eu encontro é uma jangadda no mar. Lembro da canção – pescador, quando sai é bonito... não sabe se volta ou se fica...

Sinto-me um pouco assim: não sei se vou ou se fico!
Ambas as opções são boas, ambas são ruins!

Cindida! Diria alguém, ela está cindida! Outro alguém diria – Não, ela está mesmo é perdida! E eu, o que eu diria: eu diria que estou apaixonada!
Um misto de sentimentos e emoções, quem sabe vire amor, quem sabe vire saudade!

Não sei, não sabemos e, na minha opinião, só há um jeito de saber: vivendo, esperando... esperando que o tempo faça a sua obra e que os Orixás nos abençoem.

Amém

sábado, 31 de janeiro de 2009

Uma paixão...










Como é triste quando acaba o amor...
E sim acontece de repente, e a gente quase que não percebe...
De repente, não se faz mais amor... faz-se sexo. E a diferença é tão sutil – não se sussurra mais o nome do amado durante a troca de carícias... E, ainda assim, com dificuldade para se atingir o orgasmo, a gente insiste, como se alguma coisa nos dissesse o que não queremos ouvir – esse amor acabou!
E, no dia seguinte, quando acordamos, e a primeira coisa que vemos é a pessoa ao nosso lado, já não sorrimos... Levantamos e tocamos o dia. E então, a pessoa sai, para fazer qualquer coisa, damos um beijo - sem saber direito o que queremos: ficar ou partir... - , e logo nos entretemos com outra coisa qualquer...Procuramos outras pessoas, quiçá, outros amores...


E, a medida que a gente vai percebendo que o amor está acabando, procuramos os motivos disso, e, tudo o que antes era bom, passa a ser indiferente. A gente se arma, se preveni, não há mais leveza... Porém, ainda assim, ansiamos pelos próximos encontro. Será um último suspiro, uma nova tentativa de ressuscitar esse amor?!?...
Antes, era gostoso sentar lado a lado, num meio abraço assim disfarçado... Agora, queremos espaço, porém, a mão procura o outro... Como que num movimento inútil de ressuscitação. Mais um e mais outro... E por que não desistmos de uma vez? Por que ficamos assim, como num luto interminavel...

Talvez, por que sintamos a falta da companhia, da voz, do olhar... Mas, basta estar junto para que nada disso tenha importância, para que a companhia do outro seja apenas um não estar só.
É, é assim que acontece, tão de repente, tão silenciosamente... Sim, pode ser que a convivência, com todas as suas dificuldades e desafios, tenha levado a isso. Pode ser que a gente não se perceba do quanto a gente provocou isso e acreditamos que o outro e o responsável. Mas isso não é verdade. Ambos são responsáveis, ambos criaram isso.
E é diferente – creio que é possível amar sem se aprisionar. É possível seguir juntos na jornada da vida, mesmo que a convivência já não seja tolerável, e os encontros sejam mais casuais e o amor continua existindo... Mas, se se insiste na convivência e o amor já não existe mais, o que há senão consideração e amizade? Talvez, haja tesão... Mas mesmo ele já não será a mesma coisa de outrora...
Oh, quem sabe confundimos paixão com amor... É bem possível, visto a intensidade com a qual nos dedicamos, visto a volúpia e o ciúmes... Então, é bem mais difícil reconhecer que o amor acabou, ele nunca existiu! O que existiu foi a paixão.

E a paixão é assim – chega, sem aviso prévio, com uma intensidade avassaladora... E se vai, com a mesma rapidez...
Não posso dizer que já não a amo, começo a reconhecer que nunca a amei.

Fostes uma paixão.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Pomares de Orypaba


Caminho, entre desolada e aliviada, pelos pomares de Orypaba. Não estou só, estou acompanhada de uma irmã, essas pessoas mágicas que Deus nos oferta para enfrentar a jornada da existência humana. Pena que poucos se apercebam disso.
Amigos são perolas que escolhemos, mas irmãos são dádivas que lapidamos!
Amores, são desafios que colorem a vida!
Porém, eu quero mesmo é falar do pomar, o curioso pomar.
Curioso por que não é um pomar qualquer, desses que tem uma cerca e uma área delimitada. Muito antes, trata-se de um pomar espalhado pelas alamedas de um condomínio... Entre uma casa e outra, pés de árvores frutíferas, quase que esquecidas por todos... E nos quintais, outras árvores, flores, gramados, enfeites...
Por um momento, é assim que me sinto. Uma árvore oferecendo seus frutos, mas que ninguém os deseja! Com certeza, cairão de maduros e apodrecerão, tornando-se adubo para novas árvores.
Não pense que estou triste, ou que a depressão apossou-se de mim. Não! Muito antes, sinto-me aliviada ao perceber que nem um fruto se desperdiça. Se não saboreados, tornam-se adubo para que outros germinem, e eis aí o espetáculo da natureza!
Nós, na nossa vã ignorância, acreditamos que o que não é apreciado é desperdiçado, mas nos esquecemos que não há nada que se faça sem uma base, nada!
A questão é que dificilmente valorizamos o que nos dá sustentação.
Algumas vezes, nos sentimos tão onipresentes, tão auto suficientes que acreditamos mesmo que somos o que queremos ser, e que não precisamos de base alguma para nada!
Detenho-me no pé de caqui, ao lado do pé de carambola, entre cobertos pelo pé de nozes pekan. Todos estão com frutos! Todos são verdes, e é quase difícil distinguir um do outro e encontrar os frutos pequeninos... Em pouco tempo, o colorido dessas frutas ofertar-nos-á um visual esplendido, multi colorido e multi saboroso! Muitos frutos cairão, e serão alimentos para os lagartos e outros animais do mato. Outros, serão alimento para as aves e alguns, apenas alguns, serão saboreados pelo ser humano.
E, ao mesmo tempo em que essa realidade parece triste, é a expressão máxima da perfeição divina.
Um pouco mais adiante, um pé de figo da índia, todo espinhoso, mas ainda sim, acompanhado e com o mesmo destino de todas as outras frutas...
E o que é mais – não estão sozinhos, embora pareçam estar. Cada qual está na seu pedaço, cumprindo sua sina, tão únicos e tão próximos...
E o pé de araçá, cujos frutos lembram goiabas anãs! Que dizer deles? São frutos únicos, exclusivos, e, embora se pareçam, muito pouco tem em comum.
Acaso, será menos valoroso do que a goiabeira? Será o tamanho que determina o valor? Será o sabor que determina a paixão? Será a semelhança que determina o companheirismo?
Não sei, e nem sei se realmente importa saber, o que eu sei é que gosto tanto de goiabas, quanto de araçás.... quanto de irmãs, amigos e de amores!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Salve Miguel!


Pois então...
Há quem diga que sim,
Há quem diga que não...
Que sei eu? Só sei que é assim.

Sinto-me vencida, finalmente vencida
O que é diferente de sentir-se derrotada
Ou de desistir.
Não, eu não desisti,
Muito menos me rendi...
Apenas compreendi
Que essa batalha eu perdi.

Ainda existo
E seguirei existindo
Apenas, quiçá, sonharei outros sonhos.

Eu que sempre afirmei
Silenciar é o pior que alguém pode fazer
Eu que sempre acreditei
Ninguém é só, nem poderá ser...

Vejo-me obrigada a reconhecer
Eu estava errada.
Há que silenciar
Há que seguir só

Eu não desisti,
Apenas compreendi

Que sempre haverá um amanhã
Sempre houve um ontem...
Os caminhos, as trilhas, as jornadas
Ah!!! Estão todas aí, basta escolher e seguir.
E ainda que se acredite no sonho
Ainda que seja possível sonhar
É um sonho que se sonha
Nada mais.

Agradeço a meus avôs, que se amaram e se deitaram
E fizeram meu pai... Que amou e se deitou com minha mãe,
Fruto de um amor que também se deitou...
Eu amei, eu me deitei... Porém nada fiz, além do que já tenho feito...
Sigo a jornada que me cabe, sigo assim...

La Mar - Barcelona


ESCUTA DE PERTENCIMENTO


Quem pertence a quem......O que pertence a quem..... Quem pertence ao quê....

Pense na gaivota.
Acaso pertencerá ela ao mar?

Sempre as vemos próximos as praias, em seu vôo leve sobre a orla. Buscando seu alimento nas águas do mar.... num mergulho certeiro, por vezes rasos, outras vezes profundos.....
Mas, se molham as asas, têm dificuldade em alçar vôo... correm o risco de afogar-se.....

Quando cansadas, caminham pela areia.... Aguardam, então, que a brisa torne-se, novamente, quente para que consigam voar..... tomam impulso e lá se vão.... por sobre as ondas. E se o clima esfria, se vem a chuva ou mesmo o sereno, confinadas estão a ficar na areia.....

É... as gaivotas pertencem ao mar. Esse gigante, poderoso.... sem o mar, as gaivotas não sobreviveriam....

Mas gaivotas não são peixes... e podem sobreviver sem o mar. Podem buscar seu alimento nas areias, nas sementes das árvores.... em pequenos insetos voadores.... Têm o céu inteiro para voar.... sempre haverá uma brisa quente que lhe lance o vôo.

Poderá, então, o mar sobreviver sem as gaivotas???

Talvez possa, o mar sempre será o mar....Sempre estará lá.... por vezes nos ameaçando com seus tsunamis e ondas gigantes.... Por vezes, instigando-nos em suas calmarias....

Mas, e se todas as gaivotas, todas mesmo, resolvessem que não comeriam o plâncton do mar.... que não mais o sobrevoariam.... o que haveria de ser do mar?

Seria só mar.... sem gaivotas, sem a beleza que elas lhe proporcionam.... sem a sua completude.....

Seria somente o poder.... em seu exercício mais pleno.... todavia, sem o prazer que estas pequenas criaturas proporcionam ao imenso mar.... poder sem prazer...

Afinal, quem pertence a quem.....

Será que o mar pertence as gaivotas, ou as gaivotas pertencem ao mar....

Ao será que simplesmente, se completam e geram o espetáculo do encontro....

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

AMOR...


É muito agradável "amar" o belo, o fácil, o tranqüilo.... Melhor ainda, se nesse "amor" tiver um bom sexo.
Mas, e amar o difícil, o inusitado, o feio? Isso é difícil....
Se o amor não pude - pelo menos - ouvir o desabafo não é amor.Se não for capaz de compreender as fraquezas do outro, não é amor.Se não houver partilha das dificuldades, não é amor.
Pode ser amizade, pode ser tesão, mas jamais será amor.
Se um é capaz de permitir que o outro carregue todo o peso do enfrentamento das dificuldades sozinho, nem amizade é.
Se um não é capaz de confiar no outro para dividir a carga, nem amizade existe.
Se um sente-se só... Não há por quê existir o outro. E não há amor singular.O que existem são amores ímpares, daqueles que só vivenciamos de vez em quando... E, via de regra, desperdiçamos por medo.
Se queremos poupar o outro, então, não há amor. Há piedade. Pode ser por julgar o outro frágil, ou por medo do outro nos julgar frágil. Pode ser para nos escondermos do outro... e, ao nos escondermos, perdemos o outro.
Se, por contingências, precisamos negar certas coisas, podemos compreender que essa negação é uma forma de preservação do amor, jamais a destruição do mesmo.
Para mim, amor é isso.
Podemos combinar muitas coisas, mas jamais peça-me para combinar a omissão, a não escuta, a não partilha, o faz de conta que está tudo bem.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Alhambra

Mil anos de História!
Dois mil anos!!!
Três mil anos!!!
Alhambra é simplesmente deslumbrante!

Mouros, espanhóis, franceses, arabés....
Cristãos, pagãos, que importa!

Num mesmo espaço, obras fenomenais da humanidade.
Os detalhes da marceteria, os requintes em cada parede, o colorido dos jardins, os carramanchões!
Tudo tão belo, tão magnifico!

A Arena ao centro, ao lado do palácio Nazirie, ao do palácio de Carlos...
Tudo convive em plena harmonia!
E, para além das belas construções, no quase além muros, dividido por um fosso hoje seco, o sino!
Sim, um sino que foi simbolo de poder, de submissão...
A história conta-nos quantas vezes o sino foi, o sino veio....
Já não badala mais, porém lá está.

E aos seus pés, nada mais, nada menos, do que uma bela cidade, encravada nas colinas!!!
Como é bela a vista!

Mas - e sempre tem um mas! - não se engane.
Não olhe para trás,
pois lá estarão as ruínas - quase intocadas - das masmorras
Os cárceres de todos aqueles que não concordaram com os ideias da vez.
De todos aqueles que ousaram se manifestar
Que ousaram defender suas idéias.

Criminosos é como foram tratados,
Embora - talvez - apenas exercitassem sua autonomia,
apenas explicitassem suas verdades, suas vontades!
E punição foi o que lhes coube... Ousar viver, ousar ser...

Pois bem, que o façam, se assim o desejam, porém que o façam sob o solo, em corredoers estreitos, úmidos, fedidos!
Sem a luz ou o calor do sol, mas com a chuva a escorrer pelas paredes!

Três mil anos!
Três séculos!
E tudo o que mudou, foi a qualidade das prisões
destinadas a quem ousa defender suas crenças!
A quem ousar manifestar seus ideais!

Tarragona!

Ave Cesar!



Julio Cesar, o magnanino, andou por estas terras...
Adriano esteve aqui também.

E eu!

O visual, algo espetacular.

Mas a Arena - é necessário viajar no tempo - esse gigante absoluto, testemunha ocular das existências - e tentar imaginar as feras bestiais guerriando até a morte!

As feras - seres humanos... lutando para sobreviver,na arena, como num circo, com os poderosos zombando das suas insignificâncias...

Ah! Mas tudo isso é história!

A violência gratuita, motivada pela sobrevivência é história...

Podemos caminhar tranquilamente por qualquer rua sem temor!


Nossos bandidos não lutam pela sobrevivência! Vagabundos é o que são, pois não querem trabalhar!!!

No fim, apenas gargalhar... é tudo o que nos resta fazer.

Como uma Eremita... em Mont Serrat!


Silêncios...
Acaso existirão silêncios bons e silêncios ruins? Suponho que sim.
O silêncio ritmado entre as notas musicais é um silêncio bom, como é bom o silêncio do mar aberto...Também é bom o silêncio d'uma tarde de sol, num parque apreciando o vôo livre das aves. O silêncio do abraço, do beijo...Ah! Esse talvez seja o mais expressivo de todos os silêncios... O beijo que cerra a discussão, o beijo que cala toda a angústia.
O silêncio da gaivota ao riscar o céu azul...Questiono: será que você foi capaz de ouvir o recado que ela lhe trazia: amo-a! Ou será que ela foi capaz de lhe transmitir tal recado? Eis um novo silêncio: o silencioso duvidoso.
E o silêncio do trovão? Observamos o raio, mas não ouvimos o trovão. Ah! Esse, com certeza não é um bom silêncio. Como diziam os antigos, se você ouvir o trovão, significa que o raio não o atingiu... De qualquer forma, será um silêncio pesaroso.
E o silêncio numa noite de chuva... Saber que chove e não ouvir a água correr é terrível... é quase como silenciar uma cachoeira! Ficamos com a sensação de que falta-nos o chão...
É a esse silêncio que me referi: querendo falar, calamos para não magoar, não ofender... E, sem que nos percebamos, machucamos mais. Machucamos a nos e ao outro.
É esse silencio, minha amada, que não desejo.O silêncio que fere, que cala na alma. O silêncio que confunde. Será um desafio ou um limite?
E as lições dos últimos fins de semana:
Falando, insinuar, ofender, provocar... Desentender-se através dos infinitivos e passivos, das suposições, da meias palavras... Revolvendo as verdades que temos como absolutas... Teria sido melhor o silêncio? E, silenciando, sofrer... Acabar-se, confundir-se...
Logo, a outra lição da mesma aula - querendo falar, não conseguir... Não ser possível falar, e, não falando, não ser possível ouvir. Não ouvir a voz que acalenta... E, novamente, silenciando, sofrer... Consumir-se...
Aprendizado difícil!
Reflito, e concluo que tudo tem muitos lados: o desejado e o merecido, o justo e o injusto, o explicável e o inusitado... Não desejávamos aquelas palavras, nem aqueles fatos, muito menos aqueles silêncios, mas merecemos. Precisamos aprender que não existem verdades absolutas, existem necessidades e possibilidades. A lição de desafiar o limite... O limite das nossas verdades. É isso que estamos aprendendo.
Como o amor... Como amar. Amar é muito mais fácil do que ser amado, sempre foi. Quando amamos queremos cuidar do outro, zelar por sua integridade. Mas não gostamos quando o outro cuida de nós. Põe em xeque a nossa independência, cerceia nossa autonomia... Expõe nossas fragilidades. Cuidar é muito melhor do que ser cuidado: nos dá a sensação de poder, de maturidade, competência...
Mas a lição recém aprendida nos mostra que tudo tem muitos lados, muitas verdades. As fragilidades podem ser a base do nosso vigor, a motivação para nos superarmos... Superar nossos limites.
Você escreve que é uma heresia dizer que está diante do desafio de se permitir ser amada por mim... Mas é um desafio, só que não é um desafio ruim... Difícil porém suave...
Fico com a sensação de que estamos aprendendo a lidar com o inusitado, tal qual esse nosso amor: inesperado.
Amo você, no silêncio da noite, na calada da madrugada, no barulho das manhãs, nas tardes de ruidosas de tempestade.
Esse amor que me permite ouvir, observar... Assistir ao espetáculo das emoções e do despertar de sentimentos...Leva-me a refletir sobre minhas verdades... O transcorrer dos fatos, todas as novidades... Amor ilimitado, porém recheado de limites!!!
Amor exclusivista sem ser egoísta. Amor distante, porém presente... Amor que se fortalece sem o recurso erótico... Amor com questões de relacionamento sem convivência. Amor suave e intenso, que se manifesta a partir da mais tola regra de sociabilidade: um toque de mãos, uma palavra... Intensifica-se, pois é amor, tão intenso quanto sua própria plenitude.
Não, não é magia. É só amor.

Mont Serrat



Imagine uma montanha, bem alta, alta mesmo. E, no meio dela, quase em seu cume, uma Abadia.
Imagine essa Abadia envolta nas nuvens... Ah, as nuvens!
Possuem uma umidade própria, um divino suor, eu diria, porém, não escorrem pelo corpo.
Você os sente, eles estão lá, é como se fossemos peixes!
Mais acima, bem no cume da montanha, as "cavernas": escavações não muito profundas aonde os eremitas se abrigavam das alterações climáticas e meditam!
Si, não há como não meditar!
Você olha e por mais distante que você possa enxergar, o que se vê são matas, muito verdes, montes e... parece o mar!
Impossível não pensar, não refletir.
Esse lugar merece ser visitado!
É na Espanha, bem próximo a Barcelona.