
Um dos primeiros lugares que eu conheci em Barcelona, foi a Via Romana, um pedaço dos caminhos que davam acesso ao então povoado murado.... Numa escavação, para construção de novos prédios, encontraram as tumbas....
Fica próxima a Academia de Catalão, e é bem interessante observar o movimento no entorno...
Atualmente, essa parte integra a cidade de Barcelona, porém não é tratada como um monumento turístico importante...Do outro lado, ainda de fora das muralhas, formou-se o bairro conhecido com Raval, que até hoje reúne a "escória" da cidade: prostistutas, traficantes, transexuais, comerciantes coreanos.... Em outro extremo, Barceloneta... uma espécie de favela, formada a partir do então porto de Barcelona, inclusive com a mais bela igreja de São Miguel Arcanjo, e que foi urbanizada para as Olimpiadas...
Deti-me alí por alguns momentos, umas horas, talvez.... Enquanto eu observava o movimento, todas aquelas pessoas, falando todos os idiomas que a gente já ouviu falar, e que passavam por alí, sem se dar conta que naquele lugar, exatamente sob os nossos pés, repousam pessoas que viveram sabe-se lá quando... Talvez, no primeiro ano D.C..
Deti-me alí por alguns momentos, umas horas, talvez.... Enquanto eu observava o movimento, todas aquelas pessoas, falando todos os idiomas que a gente já ouviu falar, e que passavam por alí, sem se dar conta que naquele lugar, exatamente sob os nossos pés, repousam pessoas que viveram sabe-se lá quando... Talvez, no primeiro ano D.C..
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Fiz questão de entrar na tal Academia de Catalão - prédio solene, sóbrio... com um bocado de gente joagando xadrez e tomando xerez...
A indiferença, o desrespeito... Os olhares perdidos... A velocidade com que se passa por alí, em direção a Academia....Eu comecei a pensar na tal da existência humana!
Fato é que, naquele época, uma pessoa que vivesse 30 anos já seria cosiderada idosa, povavelmente, sábia.... Porém, dois mil anos depois, não eram nada, senão achados arqueológicos...
A vida se mostrava ali com toda a sua finitude. Quem seriam aqueles que foram enterrados no caminho, fora das muralhas... De certo, não seriam nobres, pois se pudessem pagar, seus corpos estariam na nave de alguma igreja...
Porém, será que seriam sábios? Dificilmente, pois se assim fossem, seus corpos estariam em algum lugar mais solene...
Será que nas suas existências não teriam sido importantes? Será que defenderam seus ideais ou lutaram cotidianamente pela sobrevivência de seus amados?
Que diferença faz isso agora.... Nenhuma.
O que eu conclui, e talvez não seja a mais acertada das conclusões, é que devemos viver o hoje, sem nos importamos muito com o amanhã, ou com o reconhecimento que alguém possa ter sobre a nossa labuta.
Importa defendermos nossas ideias, viver as nossas vidas, sem nos importamos muito com a opinião alheia.
Por que, no fundo, não faz a menor diferença o que pensam ou falam de nós, importa mesmo é o que fazemos com isso.
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