terça-feira, 31 de março de 2009



Estou em casa, procurando alguma coisa, quando me deparo com a Bíblia aberta na estante. Olho-a, penso por um minuto e resolvo ler em que página ela estará aberta, qual a mensagem estará ali exposta, para ser lida e refletida.

Qual não é mina surpresa, quando leio:
...
Para, por meio Dele,
Reconciliar consigo todas as coisas,
Tanto as terrestres quanto as celestes,
Estabelecendo a paz
Pelo seu sangue derramado na cruz
...
Colossenes, 1-20

Paro o que estou fazendo, fico em silêncio profundo, não um daqueles silêncios já descritos em algum outro texto, mas um silêncio eloqüente, do tipo que jamais ousei escrever a respeito. É um silêncio diferente de todos os demais, embora eu saiba que cada silêncio tem um quê de exclusivo, esse tem muito mais, pois ele fala a alma.

É curioso como, de repente, assim, do nada, a nossa vida encontrou a paz. É admirável nos percebermos no cotidiano, lado a lado, sem emitir uma só palavra e nos sentirmos acompanhadas, ou muito mais do que isso, sentir a felicidade fluindo nas veias, sem uma expectativa do porvir... É tão simples, tão bom, tão natural. É tudo o que eu sempre quis!

Já cantou o poeta

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a felicidade que existe!


Parece que ficou um vácuo, me diz você. Eu discordo. Não existe um vácuo, o que existe é só o que é: a paz, essa gostosa sensação que se traduz num afago silencioso que traduz o mais puro dos sentimentos.

Eu amo esse amor tranqüilo, sereno, vivo. E lhe agradeço por esses momentos.
Que sejam eternos enquanto durem . Enfim é a vida seguindo seu rumo.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Barcelona - 18 dias...




Alguém poderia perguntar-me "por que escrevo tantas vezes sobre o mesmo assunto..." e esperar que a resposta fosse - por que há muto o que dizer sobre o Velho Continente. Mas não, não é por isso.

Cada vez que posto uma mensagem sobre algum lugar é só por que me lembro com saudade, de momentos maravilhosos vividos ao lado da amada. São recordações que estarão para sempre na minha memória.

Como estará para sempre gravado na minha história o que me motivou a viajar a Barcelona, como eu fui, o que eu passei para chegar lá e o que eu deixei quando parti... E por que eu quis voltar, mesmo sabendo que muita coisa já havia mudado, afinal, muita coisa já havia acontecido. Só não mudou o amor que eu sinto e que se instalou em mim.

Lembro, com carinho e ternura, de certa tarde de 6a. feira, ainda em São Bernardo mesmo, que passamos num parque público. Em dado momento, sentamos a beira da cachoeira artifical e ficamos assistindo uma trupe de pássaros azuis se banhando... Ele alçavam vôo bem alto e, de repente, se arremessavam em razante na água. Um verdadeiro espetáculo. Ficamos em silêncio, e, depois de algum tempo, uma de nós disse - que pena não estarmos com a maquina fotográfica para registrar esse espetáculo! A resposta não tardou - Minha querida, ainda bem que não estamos, pois algumas coisas devem ficar somente nas nossas memórias. As conversas daquela tarde, o carinho manifesto no silêncio, no observar juntinhas a brincadeira das aves... E, por mais que eu queira escrever sobre essa tarde, não conseguirei ser fidedigna ao que ela representou em nossas vidas.

Então, isto posto, ao lerem os breves comentários que se seguem sobre alguns lugares que conheci em Barcelona, tenham em mente que esses lugares, para muito além da sua história, cultura e arquitetura, são, para mim, lugares mágicos. momentos em que, muito mais do que conhecer um pouco do mundo, eu senti a mais tenue manifestação de amor que há: estar junto, no silêncio, sentindo o vento no rosto; declarar-se apaixonada, sem emitir um som sequer.

Felicidade


Você sabe o que é felicidade?


É sorrir abertamente, mesmo estando exausta.

É ser capaz de mais conversa, mesmo já tendo falado por horas... lembrar mais uma história, partilhar a existência.

É viajar milhares de quilometros, para visitar um parque público e deliciar-se com a natureza, com a companhia da pessoa desejada.

É poder ser o que se é, discutir, elaborar, tentar, acertar, errar e seguir adiante. Nem sempre com um largo sorriso, algumas vezes, com um ruga de tristeza... Mas prosseguir na jornada, acreditando que o sonho é possível, que o amor existe e que ele "não sucumbe ao medo da incompletude e da imperfeição, supera-o, não porque busca a completude e a perfeição divinas, mas a compreensão humana"

Montjiuc


Outro lugar muito bonito, maravilhoso mesmo é o Parque Montijuic, aonde existe um castelo medieval, com museu das guerras e agluns achados arqueológicos. O parque é enorme, e vale o passeio. Dele, avista-se Barcelona inteira, inclusive o Porto e a Sagrada Família.

Há, nesse parque, um castelo medieval. Numa das tardes que passeamos por lá, fomos brindadadas com um festival aeronautico, com aviões fazendo acrobacrias e desenhando no ar com a fumaça - tal qual a nossa Esquadrilha da Fumaça.

Deitei no seu colo, e apreciei o espetáculo. Que situação agradavél, deliciosa, mágica até.

Foi nesse dia que sentei-me na beirada do muro do Castelo e observei o Porto de Barcelona. Um abraço demorado, o vento forte embalando meus pensamentos... um beijo, um algo mais. Como não se apaixonar? Como não acreditar que felicidade existe, e que está a nosso alcance. Basta nos permitirmos.

Sagrada Família


Essa é um delirio de um artista, um templo de espiação que jamais será concluído. A construção segue por anos a fio.... Ele é muito alto, a entrada é fenomenal....
Tudo nele é muito grande, tudo tem muitos detalhes... No subsolo, uma espécie de museu de Gaudi... Dizem que ele era membro da Opus Dei, o que não parece tão difícil assim de acreditar...


Do alto de suas torres, Barcelona parece um cidade de brinquedo...

Parc Guell



Parc Guell, um ícone da cidade, aonde mora o lagarto... É lindo, porém eu gostei mais dos passeios pelos bosques do Parque.
Numa tarde, meio fria, literalmente flutuamos. Nos amamos, e ficamos além do chão...

Voltei nesse parque outras vezes, por outras entradas e o vi por outros ângulos...
E a cada novo passeio, coisas novas a observar... Uma casa com telhado que parece de doces... Um pátio coberto com um teto enorme tôo decorado... Esculturas em pedra num caramanchão funicular...
Numa dessas vezes, colhi um figo da Índia, que, embora não estivesse muito saboroso, lembrou-me os sabores da infância... Muito antes arte de colher o figo do que de degustá-lo mesmo!

Casa das Bruxas



uma espécie de castelo com o telhado das torres em formato que lembra mesmo o chapéu de uma bruxa... Hoje, é um hotel, mas a sua aparência sombria nos permite devanear... A sua localização, numa avenida larga e de bom movimento, aliado a vegetação local... Se existem bruxas, com certeza, essa teria sido uma bela casa para elas...
Olhar essa casa, conversar sobre as Bruxas que existem no mundo, ou as que já existiram....
Comer um bocadilho com um gole de vinho.
Como é agradavél passear com quem se ama, conversar, andar de braços dados e logo, andar abraçada!

Barceloneta


Numa outra noite, conheci Barceloneta.

Pode-se dizer que aquele lugar era uma "

favela", que foi urbanizada para as Olimpiadas de 1.992, e hoje é um importante marco turistico de Barcelona.

Foi em Barceloneta que experimentei Absinto pela primeira vez, e, ao voltarmos para casa, comparei palmeiras com drinks de abcaxi com vodka... Ficamos na praia, olhando o movimento do mar, até que o caminhão do lixo quis nos recolher.... Isso que é controle e segurança pública!

Também, foi em Barceloneta que fomos a um parque de diversões e, na banca de tiro ao alvo, eu ganhei o canivete que me acompanha desde então e que tem um valor especial - traz estampado a sua felicidade em estar comigo!

Numa outra noite, havia festa em Barceloneta e qual não foi a minha surpresa ao ver um grupo de Samba, quase "brasileiro"! A expressão dos moradores do lugar confrontando-se com a dos turistias...

Esse só não é o lugar que eu mais gostei em Barcelona, por que há o Ravel e o porto, sempre o porto - local de transito entre quem chega e quem vai....

segunda-feira, 9 de março de 2009

Raval

Ravel... foi assim que eu tentava encontrar o caminho de volta para a Universidade de Barcelona, quando abordei uma senhora, dessas bem vividas e experimentadas, e ela, com gesto, diferenciou Ravel de Raval.... Claro que fazendo-se entender a complementariedade entre ambos

Trata-se de um bairro surgido para além dos muros da antiga Barcino, aonde se concentravam toda espécie de marginais... Não creio que tenha mudado muita coisa, nesse sentido, nos últimos séculos, mesmo a Universidade e o Governo local se esforçando para tanto...

Por esse bairro caminhei muitas vezes sozinha, mas não me sentia só. Sabia-me diferente, mas sentia-me igual a todos os demais... O comércio coreano, as lojas de toda espécie, os bordéis, as crianças correndo, os moribundos no pátio da igreja, os estudantes se manifestando ao seu modo... O espirito catalão, com todo o seu orgulho e coragem. Tudo isso convive no Raval.

Nao tenho um foto que bem represente esse bairro, mesmo por que eu acredito que algumas lembranças a gente deve guardar na mente, de uma maneira muitoespecial e única, e, eventualmente, comentar, lembrar - rir ou chorar, não importa.

Mas - e sempre tem um mas! - tenho uma toda especial, quando percebi, pela primeira vez, que muito embora você faça questão de passar uma imagem despreendida, isso não é a mais pura expressão da verdade. Por mais que você tenha dito que estava preocupada com a minha segurança, eu senti e sei que não era só isso! E eu agradeço aos céus por percebido isso em você, por ter sentido o seu amor tão forte.



Beijo-a com ternura, como fiz naquele dia, logo após tirar essa fotografia..

Compromisso


Voce sabe o que é viver?


O que é ter uma história? Sim uma história que é feita de muitos erros e alguns acertos. Uma história que começa no dia em que nascemos e segue... e nesse percurso, a gente faz muita coisa boa e muita coisa ruim. O que parecia certo há um tempo atrás, agora já não é. O que era gostoso, de repente ficou amargo. Entretanto, há alguma coisa que nos motiva a prosseguir a jornada.

Mesmo já tendo encerrado o compromisso formalmente assumido, eu me sinto compromissada e, agora muito mais do que antes. Eu mantenho o compromisso por que eu o desejo e por nenhuma outra imposição ou motivo.



Louvre

Um dos museus mais importantes do mundo. O grande destaque é a Piramide em seu pátio central, eternizada no livro de Dan Brown.



Mas, ao visitá-lo e observar o portão de acesso, pela Rue de Rivoli... Na linha central do Champs-Elysées...

Foi fundado em 1.190 por Felipe II par proteger Paris das invasões. De fato, observar essa construção a partir do Rio Senna nos causa a sensação de algum impenetravél...

No alto das construções, no pátio interno, pdemos observar as estatutas dos principais pensadores franceses - é um passeio que nos preenche de cultura.

terça-feira, 3 de março de 2009

Um pássaro


Estou parada, sentada, olhando o tempo passar... Sinto-me como um passarinho, que, embora tenha a porta da gaiola aberta, não é capaz de alçar vôo.
Um pássaro, tão livre quanto tão preso. E o que o prende? O que me prende?

Sobre o pássaro, podemos pensar que ele receie cansar-se antes de conseguir novo alimento, que ele acredite que só existe esse lugar mesmo, que ele já conhece tão bem. Que está feliz e que o que recebe lhe basta... Que, talvez e somente talvez, ele não seja curioso – não deseje saber o que existe um pouco além... Aliás, será que pássaros têm desejos? Ou será isso uma exclusividade dos humanos?

Eu acho que o Beija Flor é curioso, mesmo por que ele suga o néctar daqueles potes que se penduram em arvores e janelas... No mínimo, o pequenino é audacioso.
E eu, podendo sair por ai, fico aqui. Contento-me com as migalhas...
O que eu desejo? Por que não me movo? Por que me contento? E, se me contento, por que não me sinto feliz? Por que sinto que só recebo migalhas de atenção, de afeto, de carinho?
O curioso é que eu percebo o seu esforço, e sei que não são migalhas o que você me oferta. Mas por que eu não reconheço? O que me falta? O que reclamo?

É tão simples, e, ao mesmo tempo tão difícil – reclamo reconhecimento. O seu reconhecimento...

Sim, eu posso e sei voar, e se não o faço, é só por que eu amo você.